Mais do que lembrar o acontecimento, importa sobretudo compreender as
suas consequências. Estas, para Portugal, foram terríveis. Foi um dos
momentos decisivos da I Guerra Mundial e sobretudo, para as tropas do
Corpo Expedicionário Português, tiveram consequências desastrosas. Este
acontecimento fez agravar ainda mais a débil situação económica,
política e social que se vivia em Portugal.
Ao nível político, a participação de Portugal na Guerra, fez desagregar o sistema partidário português. As principais figuras da propaganda republicana, que tinham muitas delas defendido a participação de Portugal na Guerra, afastaram-se da vida política nacional. Surgiram novas figuras e múltiplos partidos e facções que só vieram degradar cada vez mais a vida política em Portugal, arrastando-o para uma instabilidade permanente. As revoltas, conspirações e tentativas revolucionárias intensificam-se com o final da guerra. Os militares tornam-se cada vez mais protagonistas desses movimentos que vão culminar com a revolta de 28 de Maio de 1926.
Ao nível político, a participação de Portugal na Guerra, fez desagregar o sistema partidário português. As principais figuras da propaganda republicana, que tinham muitas delas defendido a participação de Portugal na Guerra, afastaram-se da vida política nacional. Surgiram novas figuras e múltiplos partidos e facções que só vieram degradar cada vez mais a vida política em Portugal, arrastando-o para uma instabilidade permanente. As revoltas, conspirações e tentativas revolucionárias intensificam-se com o final da guerra. Os militares tornam-se cada vez mais protagonistas desses movimentos que vão culminar com a revolta de 28 de Maio de 1926.
Ao nível económico, a situação degrada-se cada vez mais. As despesas de
guerra implicaram a falência da frágil economia da República. A
população vivia, na sua grande maioria, ligada à agricultura e sentia
cada vez mais a carestia de vida. Os preços a aumentar, a fome da
população e os açambarcadores a especularem com os preços dos bens
essenciais conduziram a várias crises de abastecimentos que os governos
tiveram muita dificuldade em combater e resolver, em parte devido aos
problemas da instabilidade política e à legislação muitas vezes
contraditória. Uma das medidas positivas foi o apoio concedido à criação
do Crédito Agrícola e que conduziu ao aparecimento das caixas de
crédito agrícola que ainda hoje existem pelo País. Por outro lado, o
lento processo de industrialização, com um reduzido número de fábricas e
com um operariado muito localizado, com baixos salários. Durante a
guerra, uma das indústrias que conheceu algum florescimento, tal
aconteceu depois na 2ª Guerra Mundial, foi a indústria de conservas (em
particular de peixe). Os principais sectores industriais eram a
indústria têxtil, a moagem, as madeiras e mobiliário, a metalurgia, a
indústria corticeira, a cerâmica, o vidro, a indústria química e, por
fim, a indústria dos cimentos. As grandes concentrações industriais
localizavam-se preferencialmente junto ao litoral, nas periferias de
Lisboa, Porto, Setúbal, na região do Ave e na região de Leiria.
A nível social, os governos da República tentaram adoptar um conjunto de
medidas que poderiam favorecer o operariado: decretou-se a semana das
48 horas de trabalho; estabeleceu-se a obrigatoriedade do seguro social
(para acorrer nos momentos de doença, acidente, velhice); construíram-se
bairros operários por conta do Estado. No entanto, estas medidas
legislativas acabaram por nunca conseguir avançar porque nunca foram
regulamentadas e, na prática nunca chegaram a ser implementadas. Os
salários, em especial dos funcionários públicos, continuaram a baixar de
acentuada. Os movimentos grevistas associados a situações de revoltas
locais, assassinatos, atentados à bomba foram uma constante, por exemplo
no ano de 1919. A emigração, em especial para o Brasil, foi uma
constante durante todo o período da República, e embora tenha diminuído
durante a Grande Guerra, foi depois retomada de forma regular.
Sem comentários:
Enviar um comentário