domingo, 30 de janeiro de 2011

Há 98 anos, o jornal "Sul da Beira" noticia falecimento de Albano Lobo

Albano Moraes Lobo morre tragicamente no dia 26 de Janeiro de 1913, no exercício do cargo de administrador do concelho, quando se dirigia  de bicicleta à povoação de Sula, para ver uma fonte que supostamente teria propriedades terapêuticas.
A notícia do seu falecimento foi assim relatada pelo jornal Sul da Beira, "Semanário democrático, literário e noticioso", ano 2.º, n.º 62, de 30 de Janeiro de 1913:

“Nas faldas da Serra do Bussaco, próximo à povoação Sula, existe uma fonte d´onde brota a mais fina água e que, segundo nos informam, possue propriedade terapêuticas muito superiores ás aguas do Luso.
Como há alguém que se propõe a explorá-las, oferecendo à Câmara d`este concelho uma renda anual de algumas centenas de escudos, aquele resolveu ir ali em vistoria, cujo dia marcado foi o de domingo, 26 do corrente. Fatal dia esse, que ficará gravado na memória do povo de Mortágua!
Pelas 9 horas, pouco mais ou menos, de esse dia, saíram, d`esta vila, em bicicleta, Albano Lobo, como administrador do concelho e José Ferreira Afonso, vice presidente da Câmara, em direcção áquele local, onde os esperavam os srs. Augusto Simões Nunes de Souza, presidente da Câmara e António de Souza e Silva, vereador.
Ao chegarem à altura do Barracão da Castanheira, a 8 km de esta vila, Albano Lobo, que já antes d`isso se tivera queixado, sentindo-se n`esse momento, fortemente incomodado, tentou descer da bicicleta, mas uma síncope prostrou-o imediatamente para não mais se levantar”.
Relata o Jornal que de imediato se procurou auxílio, tendo José Ferreira Afonso se dirigido a Mortágua a chamar um médico. O óbito foi confirmado no local pelos Drs. Aureliano Maia e Augusto Gouveia. A notícia da sua morte espalhou-se depressa e causou uma consternação geral na população do concelho, que o tinha em grande estima e consideração. No seu funeral incorporaram-se mais de duas mil pessoas! O comércio esteve encerrado o dia todo, bem como as repartições públicas, e a bandeira nacional do edifício da Câmara, a meia haste. Em sua homenagem, uma das ruas da Vila de Mortágua tem o seu nome.

Cortesia de Biblioteca Municipal de Mortágua e CMM

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