quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A Mulher e a República

A Revista n.º 84, Temas e notícias da cidadania e igualdade de género, dedica alguns artigos ao papel das mulheres na Primeira República.
Aceder ao documento em pdf.
A REPÚBLICA, MINHAS SENHORAS, NÃO SENDO UMA FORMA DE GOVERNO NOVA, NEM PERFEITA – PORQUE NÃO HÁ NADA QUE EM ABSOLUTO O SEJA – É NO ENTANTO MAIS LÓGICA, MAIS COMPREENSÍVEL À NOSSA INTELIGÊNCIA E MAIS TOLERÁVEL À NOSSA RAZÃO, DANDO-NOS TAMBÉM MAIS GARANTIAS
DE PROGRESSO.
 Ana de Castro Osório, na fundação da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas

CORPO EXPEDICIONÁRIO PORTUGUÊS

Clica aqui para acederes às fotos do Corpo Expedicionário Português que participou na Primeira Guerra Mundial, entre 1916 e 1919.

sábado, 6 de outubro de 2012

O jornal "Sol Nascente" saiu há 100 anos!


A 5 de outubro de 1912, em Mortágua, sai um número único do jornal "Sol Nascente", que consistiu numa edição comemorativa do 2.º aniversário da Implantação da República. Os seus diretores e proprietários foram Basílio Lopes Pereira e Alfredo Fernandes Martins. O produto da edição, como se pode ler no cabeçalho, deveria reverter a favor do Centro Democrático de Educação Popular, a Biblioteca Popular da Marmeleira, Mortágua.
O jornal contém interessantes artigos dos mais conhecidos republicanos de Mortágua: Tomás da Fonseca, José Lopes de Oliveira, Manuel Martins de Abreu, Basílio Lopes Pereira e Augusto Simões de Sousa.
Este número e os restantes onze que saíram entre 1914 e 1915, encontram-se na Biblioteca Municipal de Mortágua.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Livro "Feriados em Portugal. Tempos de Memória e Sociabilidade"


No dia 2 de outubro, na Casa Municipal da Cultura de Coimbra, foi apresentada a obra Feriados Em Portugal. Tempos de Memória e de Sociabilidade, de autoria de Luís Reis Torgal e Luís Oliveira Andrade. O Professor Doutor Luís Reis Torgal proferiu uma conferência de homenagem ao Doutor Luís Andrade, sobre o tema "Feriados em Portugal. História e polémica".
Esta obra, iniciada há mais de dez anos e agora concluída, mostra-se aquando do seu lançamento mais relevante que nunca, dado o contexto do debate sobre o tema, quando o Estado alterou o Código do Trabalho e aboliu quatro feriados. Os autores começam por recuar até ao Liberalismo, época em que a conceção de feriados cívicos começou a surgir, vindo a consolidar-se no âmbito da celebração dos centenários e do debate sobre o descanso semanal. O próximo grande passo surge em 1910 com o plano dos feriados da República, em que não foram incluídos os dias santos, mas sendo de realçar que esse sistema se manteve na Ditadura e no Estado Novo, só se podendo falar de feriados religiosos em 1952. Com o 25 de Abril de 1974, para além de se tentar recriar a memória dos feriados anteriores, procurou criar-se e ativar-se as festas do trabalhador e da liberdade (o 1.º de maio e o 25 de abril) e dar aos feriados municipais uma dimensão popular. A obra termina com a análise da atual viragem de paradigma, quando, em 2011-2012, ainda no âmbito do Centenário da República, surgiu uma justificação simplesmente económica para reduzir os feriados oficiais, resultando na extinção de dois feriados cívicos que simbolizam valores essenciais como o da Respublica e o da independência de Portugal.

Esta obra será igualmente apresentada no Auditório da Livraria da Universidade de Aveiro, no dia 11 de outubro, pelas 17h30, com apresentação a cargo do Doutor Nuno Rosmaninho Rolo.

Fonte: Imprensa da Universidade de Coimbra

Sobre esta obra, ler também o interessante artigo publicado em Penacova on-line

Significado dos feriados nacionais em vias de extinção...

 Transcrevemos um excerto do texto publicado por Álvaro Aragão Athayde sobre o SIGNIFICADO SIMBÓLICO dos feriados propostos para extinção:
  • O Cinco de Outubro é o Dia dos Heróis da República… e mesmo que a República seja uma República Coroada, como a República Portuguesa o foi até 1910, os Heróis da República são, sempre, os Heróis da República. São disso exemplos paradigmáticos João do Canto e Castro (n. 19 de Maio de 1862, f. 14 de Março de 1934) Presidente da República Portuguesa, José Maria Norton de Matos (n. 23 de Março de 1867, f. 2 ou 3 de Janeiro de 1955) Fundador da Cidade do Huambo (Nova Lisboa) e Manuel Maria de Bragança e Saxe-Coburgo-Gotha (n. 15 de Novembro de 1889, f. 2 de Julho de 1932) Rei de Portugal.
  • O Primeiro de Dezembro é o Dia da Autonomia da Pátria Portuguesa… e comemora a libertação da Mátria Portuguesa (que à época se estendia do Alto Amazonas, confluência dos rio Napo e Aguarico, ao Mar de Timor).
  • O Corpo de Deus, ou Corpo de Cristo, que é feriado em Portugal na Áustria e na Polónia, foi instituído em 1264 com o objectivo celebrar o Mistério da Eucaristia e possui antiquíssima tradição em Portugal.
  • A Assunção de Nossa Senhora, ou Assunção de Maria, que é feriado em Portugal, em Cabo Verde, na maioria dos países católicos da Europa e nas ortodoxas Grécia e Roménia, tem por objectivo celebrar Mistério da Assunção de Maria, dogma só proclamado por Pio XII em 1950… mas crença que no Ocidente de Sefarad precede de muito a data do Tratado de Zamora.
Creio pois que é manifesto que os feriados propostos para extinção, supostamente por razões económico-financeiras, são feriados da MAIOR IMPORTÂNCIA SIMBÓLICA para Portugal e para a Pátria Portuguesa.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

"Religião, República, Educação"


A apresentação do livro "RELIGIÃO, REPÚBLICA, EDUCAÇÃO ", de Tomás da Fonseca, terá lugar no dia 28 de setembro de 2012, pelas 21:30 horas, na Biblioteca Municipal de Mortágua e será feita pelo historiador Luís Filipe Torgal, responsável pela organização e prefácio do livro, publicado pela editora Antígona.
Seguir-se-á um Momento Musical e a dramatização da "Cartilha Nova", de Tomás da Fonseca, pelo Teatro Experimental de Mortágua.



Fonte: CMM

sábado, 28 de julho de 2012

terça-feira, 17 de julho de 2012

Feriado municipal de Penacova

Hoje, feriado municipal no vizinho concelho de Penacova, comemora-se o 146.º aniversário do nascimento de António José de Almeida.
As comemorações têm início amanhã às 10:00h, com o hastear da bandeira e entoação do hino nacional, que será tocado pelas filarmónicas do concelho. 
Às 10:30 h será deposta uma coroa de flores no busto de António José de Almeida, o 6.º Presidente da República Portuguesa (1919-1923) que nasceu em Vale da Vinha, freguesia de S. Pedro de Alva no dia 17 de Julho de 1866. 
Pelas 11:00h tem início a cerimónia solene de evocação do feriado municipal, nos Paços do Concelho.
Pelas 12:30h, será inaugurada no Centro Cultural a exposição de fotografia de Álvaro Coimbra, intitulada "Gente da Terra".
Sobre  o nascimento de António José de Almeida ver artigo de David Almeida.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

O que é a laicidade?

Transcrevemos do site República e Laicidade: 

O que é a Laicidade?
A Laicidade é a forma institucional que toma nas sociedades democráticas a relação política entre o cidadão e o Estado, e entre os próprios cidadãos. No início, onde esse princípio foi aplicado, a Laicidade permitiu instaurar a separação da sociedade civil e das religiões, não exercendo o Estado qualquer poder religioso e as igrejas qualquer poder político. 
Para garantir simultâneamente a liberdade de todos e a liberdade de cada um, a Laicidade distingue e separa o domínio público, onde se exerce a cidadania, e o domínio privado, onde se exercem as liberdades individuais (de pensamento, de consciência, de convicção) e onde coexistem as diferenças (biológicas, sociais, culturais). Pertencendo a todos, o espaço público é indivisível: nenhum cidadão ou grupo de cidadãos deve impor as suas convicções aos outros. Simetricamente, o Estado laico proíbe-se de intervir nas formas de organização colectivas (partidos, igrejas, associações etc.) às quais qualquer cidadão pode aderir e que relevam do direito privado.
A Laicidade garante a todo o indivíduo o direito de adoptar uma convicção, de mudar de convicção, e de não adoptar nenhuma.A Laicidade do Estado não é portanto uma convicção entre outras, mas a condição primeira da coexistência entre todas as convicções no espaço público.
Todavia, nenhuma liberdade sendo absoluta e todo o direito supondo deveres, os cidadãos permanecem submetidos às leis que se deram a si próprios.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

António Maria da Silva

António Maria da Silva nasceu em Lisboa em 1872. Tirou o curso de Engenharia de Minas na Escola do Exército que concluiu em 1892, tendo sido nomeado em 1895, engenheiro ajudante do Ministério das Obras Públicas.
Filiado no Partido Republicano Português (PRP), e membro da Carbonária, de que se tornou um dos principais dirigentes, a sua actividade política foi exercida à margem da lei, conspirando por métodos revolucionários para derrubar a monarquia. Tendo sido descoberto exilou-se em Espanha de onde voltou para participar na revolução falhada de 28 de Janeiro de 1908.
Manteve sempre actividade revolucionária, e foi uma das figuras principais na preparação da Revolução de 5 de Outubro de 1910, com o Almirante Cândido dos Reis, Machado Santos, Miguel Bombarda e outros dirigentes do PRP, da Maçonaria e da Carbonária.

terça-feira, 26 de junho de 2012

República e Laicidade

Site com uma riquíssima base documental sobre os temas da República e a Laicidade.

Proclamação da República em Beijós - Viseu

Em Beijós, aldeia (sede de freguesia) situada na estrada que vai de Carregal do Sal a Viseu (via Sangemil), a 12 Km de Carregal do Sal (sede do concelho), no distrito de Viseu, a então recém implantada República Portuguesa foi proclamada a 16 de Outubro de 1910 e esse ato mereceu o ajuntamento popular que a foto documenta. Aparentemente, o interesse pelas coisas da República em Beijós não será alheio a um tal abade Pais Pinto, revolucionário republicano que ainda hoje é recordado na toponímia da principal rua da localidade e que [alegadamente] esteve diretamente envolvido na revolta que teve lugar a 31 se janeiro de 1891, no Porto.

Afonso Costa

 Afonso Augusto de Costa nasceu em Seia a 6 de Março de 1871. Fez o curso Secundário na Guarda e no Porto e licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra em 1895. Ainda estudante publicou um artigo contra o Ultimato, tendo por isso sido julgado em 1890.
No ano seguinte à sua licenciatura venceu o concurso para Lente Catedrático e passou a leccionar na Faculdade de Direito de Coimbra, acumulando o cargo com o exercício da advocacia. Nessa época destacava-se já como orador na defesa dos ideais republicanos. Em 1900 foi eleito deputado do Partido Republicano Português, pelo círculo do Porto. Voltou ao Parlamento em 1906, desta vez como deputado por Lisboa, onde se distinguiu no combate às instituições monárquicas.
Em 1908 envolveu-se na tentativa de revolução, tendo sido preso.
Depois do regicídio voltou ao Parlamento onde os seus discursos ficaram célebres. Com a Implantação da República assumiu o cargo de Ministro da Justiça tendo sido responsável por um importante conjunto de leis como a da Separação da Igreja do Estado, as Leis da Família e as do Registo Civil.
Em 1911 foi o líder de uma cisão do Partido Republicano Português, fundando o Partido Democrático e o jornal O Mundo. Assumiu o cargo de Presidente do Ministério (1º Ministro) em três períodos: Janeiro de 1913 a Fevereiro de 1914; Novembro de 1915 a Março de 1916; Abril de 1917 a Dezembro de 1917.
Em 1914 defendeu a participação de Portugal na 1ª Guerra Mundial.
Em 1917, durante a ditadura de Sidónio Pais foi preso durante 110 dias. Quando saiu da prisão, exilou-se em Paris, e apesar de viver no estrangeiro, foi nomeado presidente da delegação portuguesa na Conferência de Paz de Versalhes e mais tarde presidente da delegação portuguesa junto da Sociedade das Nações. 
Afonso Costa permaneceu em Paris até morrer em 1937.

Biografia disponível no site do Centenário da República - República nas escolas 

terça-feira, 29 de maio de 2012

A educação na Mealhada há cem anos

Pesquisa de Artur Mendonça:

"O Ministério da Instrução Pública, criado em Junho de 1870 por iniciativa de D. António da Costa, durante o curto governo chefiado pelo Duque de Saldanha (Junho a Setembro de 1870), serviu para tentar resolver o grave problema da instrução popular. Quando o Duque de Saldanha foi deposto desaparece o ministério que só volta a ser instituído entre 1890 e Março de 1982.
Até 1913, a “instrução” cruzava domínios de vários ministérios, mas a República que sempre procurara promover o desenvolvimento do ensino primário como um dos seus grandes “sonhos” criou novamente o Ministério da Instrução Pública. Será com o Estado Novo, em 1936, que a designação passa para Ministério da Educação Nacional.
Desde a implantação do regime liberal em Portugal, em 1834, que algumas elites defendiam a necessidade de uma instrução primária generalizada, mas a população de forma genérica permanecia indiferente, quando não hostil a estes avanços. Só quando o crescimento urbano e industrial se acentua é que algumas franjas populacionais sentem a necessidade de mais formação nas primeiras letras. Iniciam-se então cursos de primeiras letras em clubes e associações mutualistas, em regime nocturno ou fora do horário laboral.
Em 1890 o número de professores primários existentes andaria perto dos 4000, em 1910 não chegava aos 6000.Havia ainda as escolas particulares, em número bastante significativo, mas com bastante menos alunos que as públicas.

Palestra do historiador Amadeu Carvalho Homem


No dia 25 de maio, pelas 21:30 horas, teve lugar na Biblioteca Municipal de Mortágua uma palestra proferida pelo Prof. Doutor Amadeu Carvalho Homem, da FLUC, intitulada "Enquadramento histórico-cultural para a Compreensão das Escolas Livres na dinâmica da Propaganda Republicana".
O evento contou com a presença de várias dezenas de pessoas, mortaguenses e não só!
Coube ao Dr. João Paulo Almeida, médico, natural de Mortágua, fazer a apresentação do palestrante, destacando-o como um notável académico, com uma destacada intervenção cívica, que tem dedicado muito do seu trabalho à investigação do Republicanismo em Portugal.
Por sua vez, o Presidente da Câmara destacou o conjunto de iniciativas já organizadas pelo Município de Mortágua no âmbito das comemorações do Centenário da República, lembrando a tradição republicana do concelho, que levou a que fosse considerada na época “a vila mais republicana das Beiras”.

Amadeu Carvalho Homem dividiu a sua intervenção em duas partes:
na primeira parte fez a contextualização histórica acerca das origens do Republicanismo e das escolas livres da Irmânia e Mortágua e, na segunda, respondeu à questão - Porque é que eram tão importantes para os republicanos as questões do ensino e da cultura?
Carvalho Homem debruçou-se, em particular, sobre a Escola Livre da Irmânia (Marmeleira), destacando o papel do seu criador, Basílio Lopes Pereira, fundador do jornal Sol Nascente, que considerou "um lutador pela liberdade"!
No site da CMM podemos ler o resumo da palestra, que transcrevemos:
A Escola Livre da Irmânia e a Escola Livre de Mortágua
O Prof. Doutor Amadeu de Carvalho Homem referiu que o concelho de Mortágua foi precursor na criação das Escolas Livres no Pais, tendo a primeira sido fundada na Irmânia (atual freguesia da Marmeleira), em 1908, e a segunda em Mortágua, em 1919. Depois surgiram outras na região, na Pampilhosa, Mealhada e Oliveira de Azeméis. Esse pioneirismo compreende-se melhor à luz da realidade política do concelho. “Mortágua era uma terra marcadamente republicana”.
E destacou a figura de Basílio Lopes Pereira, que foi o responsável pela criação da Escola Livre da Irmânia, como mais tarde, em 1923, pela criação da Escola Livre de Oliveira de Azeméis, onde veio a exercer funções públicas.

sábado, 26 de maio de 2012

As Mulheres e a República



Clica aqui e descarrega o excelente recurso "República & republicanas",um projeto Faces de Eva. Estudos sobre a mulher, da FCSH da UNL sobre as mais ilustres mulheres republicanas:
Adelaide Cadete, Ana de Castro Osório, Carolina Beatriz Ângelo, Maria Veleda, Carolina Michaelis e muitas mais.

Rua Basílio Lopes Pereira



O Dia do Município de Mortágua, dia 17 de maio,  foi comemorado, este ano, no Centro Educativo de Mortágua, o qual foi inaugurado nesse mesmo dia.
A cerimónia oficial foi, também, assinalada com a atribuição oficial de denominação toponímica aos arruamentos envolventes ao Loteamento da ex-Cerâmica de Mortágua, onde está localizado o Centro Educativo.
Os novos arruamentos receberam os nomes do Professor Diamantino Pereira de Sousa e do republicano Basílio Lopes Pereira, ambos naturais da freguesia da Marmeleira.

Basílio Lopes Pereira destacou-se como republicano e político na luta contra o Estado Novo, tendo sido perseguido, preso e deportado para o Tarrafal.

Foi ainda Advogado, Autarca e Cidadão activo, empenhado no desenvolvimento da sua terra e das suas gentes. Fundou na Marmeleira, em 1912, o jornal republicano “Sol Nascente” e um ano depois criou uma Biblioteca a que deu o nome de Centro Democrático de Educação Popular. Esteve ligado às Escolas Livres da Irmânia, Mortágua e Oliveira de Azeméis, que desenvolviam actividades de leitura, desportivas e culturais, entre outras.
Foi Administrador do Concelho de Mortágua e mais tarde Administrador do Concelho de Oliveira de Azeméis. Foi um dos republicanos homenageados na exposição “Mortágua Republicana”, em 2010, integrada no Dia do Município e no Centenário da Implantação da República.
Fonte: CMM

terça-feira, 22 de maio de 2012

Revolta de 14 de maio de 1915

Transcrevemos o artigo do blogue Almanaque Republicano:

A revolta de 14 de Maio de 1915, começou por ser uma tentativa de reposição da Constituição de 1911, levada a efeito por um conjunto de militares que vão ser conhecidos como os Jovens Turcos, entre eles destacavam-se Álvaro de Castro, Freitas Ribeiro, Sá Cardoso, entre outros. Este grupo procurava acabar com a ditadura do General Pimenta de Castro, que tinha chegado ao poder ao fracasso das iniciativas governativas lideradas por Bernardino Machado (10-02-1914 a 11-12-1914) e por João de Azevedo Coutinho (12-12-1914 a 25-01-1915) que enfrentou graves problemas como o denominado “movimento das espadas”, quando os militares de várias unidades pelo País, numa atitude de protesto, devido à transferência do então major João Carlos Craveiro Lopes da Figueira da Foz para Lisboa a pedido dos líderes locais do Partido Republicano Português, entregaram aos superiores hierárquicos, as suas espadas e criando assim um ato de indisciplina contra a transferência deste camarada de armas.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Branquinho da Fonseca

Branquinho da Fonseca

A 16 de maio de 1974 morre o escritor mortaguense, Branquinho da Fonseca, filho de Tomás da Fonseca.


 «Não gosto de viajar. Mas sou inspector das escolas de instrução primária e tenho obrigação de correr constantemente todo o País. Ando no  caminho da bela aventura, da sensação nova e feliz, como um cavaleiro andante. Na verdade lembro-me de alguns momentos agradáveis, de que tenho saudades, e espero encontrar outros que me deixem novas saudades. É uma instabilidade de eterna juventude, com perspectivas e horizontes sempre novos. Mas não gosto de viajar. Talvez só por ser uma obrigação e as obrigações não darem prazer. Entusiasmo-me com a beleza das paisagens, que valem como pessoas, e tive já uma grande curiosidade pelos tipos rácicos, pelos costumes, e pela diferença de mentalidade do povo de região para região. Num país tão pequeno, é estranhável tal diversidade. Porém não sou etnógrafo, nem folclorista, nem estudioso de nenhum desses aspectos e logo me desinteresso. Seja pelo que for, não gosto de viajar. Já pensei em pedir a demissão. Mas é difícil arranjar outro emprego equivalente a este nos vencimentos. Ganho dois mil escudos e tenho passe nos combóios, além das ajudas de custo. Como vivo sozinho, é suficiente para as minhas necessidades. Fazer algumas economias e, durante o mês de licença que o Ministério me dá todos os anos, poderia ir ao estrangeiro. Mas não vou. Não posso. Durante esse mês quero estar quieto, parado, preciso de estar o mais parado possível. Acordar todas essas trinta manhãs no meu quarto! Ver durante trinta dias seguidos a mesma rua! Ir ao mesmo café, encontrar as mesmas pessoas!... Se soubessem como é bom! Como dá uma calma interior e como as ideias adquirem continuidade e nitidez! Para pensar bem é preciso estar quieto. Talvez depois também cansasse, mas a natureza exige certa monotonia. As árvores não podem mexer-se. E os animais só por necessidade física, de alimento ou de clima, devem sair da sua região. Acerca disto tenho ideias claras e uma experiência definitiva. É até, talvez, a única coisa sobre que tenho ideias firmes e uma experiência suficiente. Mas não vou filosofar; vou contar a minha viagem à serra do Barroso.»
                               Branquinho da Fonseca, "O Barão"
 
Publicado por  A bem da nação.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Palestra de Amadeu Carvalho Homem

No dia 25 de maio, pelas 21h30, na Biblioteca Municipal de Mortágua, o Prof. Dr. Amadeu Carvalho Homem irá proferir uma palestra sobre o tema "Enquadramento histórico-cultural para a compreensão das Escolas Livres na dinâmica da propaganda republicana".
Amadeu Carvalho Homem é professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. A sua investigação tem privilegiado a teorização política do liberalismo, da democracia e do socialismo em Portugal, no decurso do período contemporâneo.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Otiumlivraria - livros de Tomás da Fonseca


Na homepage pode ler-se: "Somos uma empresa jovem, fundada em 2005, que se dedica ao livro. Não apenas ao seu comércio, mas ao seu estudo, investigação e valorização. Portanto, mais do que um negócio, a nossa relação com o livro reflecte uma atitude de culto, de cuidado, de dedicação. E por isso procuramos servir da melhor maneira aqueles que partilham connosco esta disposição. Mais do que clientes, são, em toda a acepção, “companheiros nas letras”, amigos dos livros e nos livros."
Clicando em Leilões, números 31 e 32, acedemos a autênticas relíquias do mortaguense Tomás da Fonseca.

Livros proibidos de Tomás da Fonseca

O jornal Expresso publicou uma relação de 900 livros proibidos nos anos da ditadura de Salazar e Caetano (1933-1974), que pode ser consultada aqui.
A lista é composta exclusivamente por títulos de edição portuguesa, não incluindo obras brasileiras ou de qualquer outra proveniência. É também apresentada a data da edição ou da proibição a que respeita a
obra mencionada. A data de 1933 corresponde à publicação do Decreto n.º 22 469 de 11 de abril de 1933 que vem instituir a censura prévia também aos livros. No total são 900 títulos que constituem a maior recolha jamais realizada no âmbito da censura literária em Portugal.
Durante o Estado Novo, muitos dos livros do mortaguense Tomás da Fonseca foram também proibidos, e que constam da relação acima referida.
Eis alguns títulos:
Agiológico Rústico. I - Santos da minha terra - 1957
 Águas Novas,1950
 

 Águas Passadas, 1950

 
  Bancarrota, 1962
As Congregações e o Ensino, 1924
O Diabo no Espaço e no Tempo, 1958
 Ensino Laico: educação racionalista e acção, 1923
Filha de Labão, 1960
 A mulher, chave do céu ou porta do inferno?, 1960
O Santo Condestável, 1932

terça-feira, 10 de abril de 2012

Jornais de Penacova: 110 anos de história

Transcrevemos o interessante artigo de David Almeida, publicado no Penacova Online sobre a história dos jornais de Penacova, da Monarquia à Primeira República e até à atualidade.

"É no século XIX que se dá o grande impulso do jornalismo em Portugal. A liberdade de imprensa é consagrada na Constituição de 1822. Antes da queda da Monarquia nascem os grandes clássicos do jornalismo escrito português como o Diário de Notícias (1864), O Primeiro de Janeiro (1869), O Comércio do Porto (1854) e O Século (1881). Também a nível local e regional muitos periódicos começam a ser publicados. Em Penacova, foi em 1901 que o concelho viu surgir o primeiro jornal. Considerando os 110 anos decorridos, são oito os títulos que ficam para a história: o Jornal de Penacova, A Folha de Penacova, Ecos de S. Pedro de Alva, O Progresso Lorvanense, A Voz de S. Pedro de Alva e o Notícias de Penacova, Nova Esperança e Jornal de Penacova (1997).
JORNAL DE PENACOVA: O primeiro periódico a ser publicado em Penacova foi, como já referimos o Jornal de Penacova. Surgiu a 1 de Setembro de 1901. À sua fundação estão associados nomes como Joaquim Correia de Almeida Leitão, Júlio Ernesto de Lima Duque e Alberto Carrapatoso. No primeiro editorial escreve-se que Penacova não podia ''permanecer sequestrada dos embates do pensamento'' e afastada do ''progresso social que movimenta o vestíbulo do século XX, inundando de luz intensa a aurora secular que desponta''. Ao longo da sua existência (1901-1937) o Jornal de Penacova assumiu diversas tendências políticas. Inicialmente afecto ao Partido Progressista, ganhará a partir de 1908 uma inequívoca feição republicana. Em Dezembro de 1907, Amândio dos Santos Cabral, chegado de S. Paulo,''compra'' o jornal, e define um ''Novo Rumo" declarando "guerra aberta com a monarquia e o ultramontanismo." Em Janeiro de 1914, ainda com Amândio Cabral, como director e redactor principal, apresenta-se como ''Semanário Republicano Evolucionista'', numa identificação clara com a orientação política de António José de Almeida.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Religião, República, Educação, de Tomás da Fonseca

Religião, República, Educação é uma antologia essencial para aprofundar a extensa e impressionante produção literária do republicano e visceralmente anticlerical Tomás da Fonseca. A diversidade de forma e de fundo que os seus textos ostentam coaduna-se, porém, com a emergência de três temas fundamentais e absolutamente complementares na obra do autor: a ideologia religiosa, política e educativa.

Organização e prefácio
Luís Filipe Torgal

José Tomás da Fonseca (1877-1968), republicano intrépido e recalcitrante, hostil à Igreja Católica e ao regime autoritário e «catolaico» do Estado Novo, bateu-se até ao fim da vida pelos ideais em que sempre acreditou e esteve na linha da frente do arriscado confronto político e religioso.
Via Antígona

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Almanaque d'O Mundo para 1013

Foto de José Lopes de Oliveira, republicano de Mortágua, publicada no Almanque d'O Mundo para 1913, p. 209.
Na legenda pode ler-se: Dr. Lopes de Oliveira, ilustre escritor e reitor do Liceu Passos Manuel

Almanaque republicano do jornal "O Mundo"

Capa do Almanaque republicano do jornal O Mundo, para o ano de 1912.

ALMANACH D'O MUNDO para 1912 [capa], III Ano, 1912, Imprensa Libanio da Silva, 29-31, Rua das Gaveas, Lisboa [Editor e Propr. França Borges]
Almanaque d'O Mundo AQUI DIGITALIZADO [Ano 1 (1908)-Ano. 7 (1914), Lisboa, Oficinas do jornal "O Mundo", 1907-1913 (completo, 7 nurms)]
Cortesia de Almanaque Republicano

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Selo comemorativo do 31 de janeiro

Selo comemorativo do 31 de janeiro de 1891, representando a bandeira do Centro Democrático Eleitoral 15 de novembro utilizada pelos republicanos participantes na revolta.
Publicado por Memória da República

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Republicanas quase desconhecidas, de Fina d'Armada


Hoje, 4 de fevereiro, na Biblioteca Municipal de Cantanhede, decorrerá a apresentação do livro "Republicanas quase desconhecidas", editado pelo Círculo de Leitores e pela Temas e Debates, em Novembro de 2011, obra que nos revela o quão importante foi o trabalho e atuação de muitas mulheres de diversos concelhos do país durante a Primeira República.

As Mulheres Republicanas de Cantanhede é o tema da conferência que se seguirá à apresentação do livro.
Com efeito,   o capítulo IV, da Parte II do livro, é dedicado à mulheres republicanas de Cantanhede.

Citando o site do município de Cantanhede, a autora adianta que «na vila de Cantanhede, distrito de Coimbra, a proclamação da República verificou-se a 9 de Outubro, domingo, depois da missa, na sala de sessões da Câmara Municipal. Estavam presentes a Comissão Municipal Republicana de Cantanhede, comissões paroquiais e o vogal substituto da comissão distrital republicana, António Francisco Pais, “decano dos republicanos cantanhedenses».
Sobre as Cantanhedenses da Liga Republicana, a obra relata que, «para além de Maria Ester Cortesão e Maria Cortesão Pais, participaram na fundação do núcleo da Liga Republicanas das Mulheres Portuguesas mais sete cantanhedenses». Esta informação baseia-se numa notícia da fundação do núcleo expressa no Jornal de Cantanhede de 26 de Novembro de 1910, fazendo referência ao facto de que «o núcleo se ter formado no calor da festa ao novo regime». E embora no periódico constasse que «esse núcleo da Liga lutará sobretudo pela instrução e já tratara de obter uma escola nocturna para adultos de ambos os sexos» e que «as aulas devem ser dadas em dias alternados a um a outro sexo», segundo a autora, «as republicanas decidiram fundar uma escola apenas feminina. Funcionava cinco dias, menos aos domingos e quartas-feiras, das 6 horas às 8 da noite».

sábado, 7 de janeiro de 2012

António José de Almeida, o tribuno da República


No próximo dia 11 de janeiro de 2012, vai ter lugar pelas 18.30h, na Biblioteca da Assembleia da República, a apresentação do livro António José de Almeida, O Tribuno da República, da autoria de Ana Paula Pires, doutorada pela FCSH da Universidade Nova de Lisboa.
Mais uma obra imprescindível sobre a grande figura da Primeira República, natural do concelho de Penacova.