sábado, 6 de outubro de 2012

O jornal "Sol Nascente" saiu há 100 anos!


A 5 de outubro de 1912, em Mortágua, sai um número único do jornal "Sol Nascente", que consistiu numa edição comemorativa do 2.º aniversário da Implantação da República. Os seus diretores e proprietários foram Basílio Lopes Pereira e Alfredo Fernandes Martins. O produto da edição, como se pode ler no cabeçalho, deveria reverter a favor do Centro Democrático de Educação Popular, a Biblioteca Popular da Marmeleira, Mortágua.
O jornal contém interessantes artigos dos mais conhecidos republicanos de Mortágua: Tomás da Fonseca, José Lopes de Oliveira, Manuel Martins de Abreu, Basílio Lopes Pereira e Augusto Simões de Sousa.
Este número e os restantes onze que saíram entre 1914 e 1915, encontram-se na Biblioteca Municipal de Mortágua.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Livro "Feriados em Portugal. Tempos de Memória e Sociabilidade"


No dia 2 de outubro, na Casa Municipal da Cultura de Coimbra, foi apresentada a obra Feriados Em Portugal. Tempos de Memória e de Sociabilidade, de autoria de Luís Reis Torgal e Luís Oliveira Andrade. O Professor Doutor Luís Reis Torgal proferiu uma conferência de homenagem ao Doutor Luís Andrade, sobre o tema "Feriados em Portugal. História e polémica".
Esta obra, iniciada há mais de dez anos e agora concluída, mostra-se aquando do seu lançamento mais relevante que nunca, dado o contexto do debate sobre o tema, quando o Estado alterou o Código do Trabalho e aboliu quatro feriados. Os autores começam por recuar até ao Liberalismo, época em que a conceção de feriados cívicos começou a surgir, vindo a consolidar-se no âmbito da celebração dos centenários e do debate sobre o descanso semanal. O próximo grande passo surge em 1910 com o plano dos feriados da República, em que não foram incluídos os dias santos, mas sendo de realçar que esse sistema se manteve na Ditadura e no Estado Novo, só se podendo falar de feriados religiosos em 1952. Com o 25 de Abril de 1974, para além de se tentar recriar a memória dos feriados anteriores, procurou criar-se e ativar-se as festas do trabalhador e da liberdade (o 1.º de maio e o 25 de abril) e dar aos feriados municipais uma dimensão popular. A obra termina com a análise da atual viragem de paradigma, quando, em 2011-2012, ainda no âmbito do Centenário da República, surgiu uma justificação simplesmente económica para reduzir os feriados oficiais, resultando na extinção de dois feriados cívicos que simbolizam valores essenciais como o da Respublica e o da independência de Portugal.

Esta obra será igualmente apresentada no Auditório da Livraria da Universidade de Aveiro, no dia 11 de outubro, pelas 17h30, com apresentação a cargo do Doutor Nuno Rosmaninho Rolo.

Fonte: Imprensa da Universidade de Coimbra

Sobre esta obra, ler também o interessante artigo publicado em Penacova on-line

Significado dos feriados nacionais em vias de extinção...

 Transcrevemos um excerto do texto publicado por Álvaro Aragão Athayde sobre o SIGNIFICADO SIMBÓLICO dos feriados propostos para extinção:
  • O Cinco de Outubro é o Dia dos Heróis da República… e mesmo que a República seja uma República Coroada, como a República Portuguesa o foi até 1910, os Heróis da República são, sempre, os Heróis da República. São disso exemplos paradigmáticos João do Canto e Castro (n. 19 de Maio de 1862, f. 14 de Março de 1934) Presidente da República Portuguesa, José Maria Norton de Matos (n. 23 de Março de 1867, f. 2 ou 3 de Janeiro de 1955) Fundador da Cidade do Huambo (Nova Lisboa) e Manuel Maria de Bragança e Saxe-Coburgo-Gotha (n. 15 de Novembro de 1889, f. 2 de Julho de 1932) Rei de Portugal.
  • O Primeiro de Dezembro é o Dia da Autonomia da Pátria Portuguesa… e comemora a libertação da Mátria Portuguesa (que à época se estendia do Alto Amazonas, confluência dos rio Napo e Aguarico, ao Mar de Timor).
  • O Corpo de Deus, ou Corpo de Cristo, que é feriado em Portugal na Áustria e na Polónia, foi instituído em 1264 com o objectivo celebrar o Mistério da Eucaristia e possui antiquíssima tradição em Portugal.
  • A Assunção de Nossa Senhora, ou Assunção de Maria, que é feriado em Portugal, em Cabo Verde, na maioria dos países católicos da Europa e nas ortodoxas Grécia e Roménia, tem por objectivo celebrar Mistério da Assunção de Maria, dogma só proclamado por Pio XII em 1950… mas crença que no Ocidente de Sefarad precede de muito a data do Tratado de Zamora.
Creio pois que é manifesto que os feriados propostos para extinção, supostamente por razões económico-financeiras, são feriados da MAIOR IMPORTÂNCIA SIMBÓLICA para Portugal e para a Pátria Portuguesa.