segunda-feira, 25 de abril de 2011

Manuel Teixeira Gomes


Presidente da República e embaixador em Londres e Madrid.
Nasceu em 27 de Maio de 1860.
Ingressou no curso de Medicina em Coimbra, em 1875, por vontade paterna, mas acabou por desistir do curso e dedicar-se à literatura e a um estilo de vida boémio que abandonaria só aos trinta anos. Dedicou-se, então aos negócios, dando continuidade ao comércio de figos e frutos secos já praticado pela família, com sucesso e obtendo com ele grandes proveitos financeiros.
Republicano, depois da implantação da República em 5 de Outubro de 1910 aceitou ser embaixador em Londres onde chega a 7 de Abril de 1911 e onde permaneceu até à tomada do poder por Sidónio Pais em Dezembro de 1917. Nesse período desempenhou um papel de relevo para a existência de boas relações entre o Reino Unido e Portugal e sobretudo decisivo para o reconhecimento internacional do novo regime.
Em Fevereiro de 1919 voltou a ocupar um posto diplomático, desta vez em Madrid, seguindo, logo em Abril, novamente para Londres. Em 1919 integrou a representação portuguesa à Conferência de Paz e em 1922 assumiu a chefia da delegação à Sociedade das Nações.
Eleito presidente da república a 6 de Agosto de 1923, viria a demitir-se das suas funções a 11 de Dezembro de 1925, num contexto de grande perturbação política e social. A sua vontade em dedicar-se exclusivamente à obra literária, foi a sua justificação oficial para a renúncia. A 17 de Dezembro, embarca no paquete holandês "Zeus" rumo a Oran (Argélia) num auto-exílio voluntário, sempre em oposição ao regime de Salazar, nunca regressando em vida a Portugal. Morre em 1941 e só em Outubro de 1950 os seus restos mortais voltaram a Portugal, numa cerimónia que veio a tornar-se provavelmente na mais controversa manifestação popular ocorrida na já então cidade de Portimão nos tempos da ditadura de Salazar, onde estiveram presentes as suas duas filhas, Ana Rosa Teixeira Gomes Calapez e Maria Manuela Teixeira Gomes Pearce de Azevedo.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Sidónio Pais

Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais foi Presidente da República e ministro do Fomento, das Finanças, da Guerra e dos Negócios Estrangeiros durante a Primeira República.
Nasceu em 1 de Maio de 1872 e aos dezasseis anos ingressou no Exército tornando-se oficial de Artilharia. Paralelamente à carreira militar desenvolveu uma intensa actividade académica. Doutorado em Matemática pela Universidade de Coimbra frequentou também o curso de Filosofia alcançando o grau de bacharel e obtendo em ambos os casos a nota final de 19 valores. Seguiu-se, depois, o exercício da docência da cadeira de Cálculo Diferencial e Integral e entre 1908 e 1911 das funções de reitor da Universidade de Coimbra, que o afastam do serviço efectivo no Exército. Ainda, assim, em 18 de Março de 1916, foi graduado no posto de major, embora se encontrasse na situação de adido.
Depois da implantação da República iniciou uma carreira política, tendo sido presidente da Comissão Administrativa Municipal de Coimbra, presidente de câmara, deputado, senador e ministro. Primeiro, do Fomento (3 de Setembro de 1911 a 12 de Novembro de 1911), depois das Finanças (12 de Novembro de 1911 a 16 de Junho de 1912). Passa, pouco depois, à carreira diplomática, ocupando o lugar de ministro plenipotenciário de Portugal em Berlim (17 de Agosto de 1912 a Março de 1916).
Porém, foi a chefia do movimento revolucionário de 5 de Dezembro de 1917 que o projectou para a ribalta política. Após a revolução ocupou os cargos de presidente do Ministério, ministro da Guerra e dos Negócios Estrangeiros. Ainda, antes do final do ano acumulou a presidência do Governo com a da República iniciando um período de governação de tipo presidencialista que ficou conhecido por Sidonismo.
Eleito Presidente da República por voto popular no fim de Abril de 1918, não se manteve no desempenho daquelas funções durante muito tempo, pois em 14 de Dezembro de 1918 foi assassinado.

Leia a Biografia detalhada no Museu da Presidência da República

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Solidariedade com José Lopes de Oliveira

Em Novembro de 1945, o jornal do regime de Salazar "Diário da Manhã" publica um artigo contra José Lopes de Oliveira.
Embora sujeitos a sofrerem represálias, vários professores do Liceu Camões manifestaram a sua solidariedade para com o professor, conforme se pode ler no documento abaixo transcrito.

Nós, abaixo-assinados, professores do Liceu de Camões, vimos espontaneamente declarar que somos solidários no protesto contra a insólita atitude que o "Diário da Manhã" tomou para com V. Exa.
Lisboa, 19 de Novembro de 1945

domingo, 10 de abril de 2011

Teófilo Braga

Joaquim Teófilo Fernandes Braga nasceu em Ponta Delgada a 24 de Fevereiro de 1843. Partiu em 1861 para o continente para cursar Direito em Coimbra, onde se formou em 1867. Foi, contudo, a escrever e a ensinar Literaturas Modernas, em Lisboa, que se realizou profissionalmente.
No campo político, a partir do final da década de 70 começou a fazer-se notado entre os republicanos mais radicais. Integrou, por diversas vezes, o directório do Partido Republicano Português e chegou, mesmo, a escrever o seu programa (1891). Quando se deu a implantação da República, a 5 de Outubro de 1910, foi escolhido pelos seus correligionários para presidir ao Governo provisório (5 de Outubro de 1910 a 3 de Setembro de 1911). Depois de sair do Governo foi a vez de ser escolhido e eleito para a Presidência da República para substituir Manuel de Arriaga e completar o mandato que este tinha deixado incompleto (29 de Maio de 1915 a 5 de Outubro de 1915). Faleceu em 1924.
In Primeira República
Ver biografia detalhada em O Leme.