Páginas do jornal "Sul da Beira", "semanário democrático, literário e noticioso", de 30 de Janeiro de 1913, em que se noticia a morte de Albano Moraes Lobo.
Ciclo de Concertos Divo Canto
Há 3 horas
"É necessário ser intransigente perante os princípios e tolerante para com os homens. A república há-de fazer-se não com um grupo, mas com a nação; Um grupo pode promove-la, mas a nação tem de aceita-la, e aceitá-la conscientemente. Nos partidos monárquicos há muita gente transviada, há muita gente dormindo. É necessário orientar uns e acordar outros. No mundo a liberdade avança gloriosamente. Até nações como a Pérsia e a China estão por ela despertando. O Japão tornou-se por ela um grande povo. A terra transfigurou-se. Á liberdade nada pode opor-se. Nós vamos muito distantes na marcha do progresso. Não chegámos ainda ao Constitucionalismo. É mister que no-lo dê a proclamação da Republica. Apostolizemos. Fundemos escolas, promovamos o ensino, fomentemos a riqueza nacional. Trabalhemos, difundamos a luz.E àqueles que de nós se aproximem, não lhe perguntemos de onde vêm, mas sim onde vão. Não repudiemos ninguém. Sejamos honestos, inquebrantavelmente dignos, e os nossos inimigos irão sendo vencidos pela força aliciante e irresistível da Verdade. Ela dissipará todos os ódios, - e brilhará na hora do nosso resgate, rompendo as trevas seculares, como o mais radiante sol. E que a Republica seja o início da alvorada, da eterna aurora das consciências emancipadas, dos povos libertos, do homem soberano, da razão dominadora! É na esperança de que o seja que o conferente, professando um mais amplo credo, por ela hoje apaixonadamente combate."