sexta-feira, 16 de julho de 2010

Associação de Futebol de Lisboa

Estava a nascer a AF Lisboa quando alguém entrou na sala a gritar: «estalou a revolução republicana!»
Por António Simões
A história da Associação de Futebol de Lisboa cruzou-se, impressionante, com a história da revolução que desfez a monarquia. Esta é uma viagem pelos seus segredos, pelas suas peripécias: como se fez o 5 de Outubro, como a AFL perdeu o Visconde de Alvalade e acabou por se instalar num palácio que fora o símbolo do glamour em Lisboa e muito, muito mais...
A 31 de Agosto de 1908, clubes de Lisboa reuniram-se para lançar a Liga Portuguesa de Futebol. Os estatutos saíram da pena de José de Castelo Branco, jogador do CIF – e num dos seus artigos determinava-se que cada um dos seus membros teria de pagar quota de 10 mil réis. António Azevedo Meireles foi quem primeiro se indicou para presidente – mas pouco depois Januário Barreto entrou em sua substituição. O seu principal desígnio era lançar um Campeonato de Portugal – não passaria de desejo apenas, ficou-se pela organização de mais uma edição do Campeonato de Lisboa. Que os ingleses do Carcavelos FC venceram de novo.
No final da época de 1909-1910, CIF e Sporting abandonaram a Liga, a sua direcção demitiu-se – e logo depois, a 23 de Junho de 1910, Januário Barreto morreu. A gerência ficou entregue a comissão administrativa que integrava Pedro del Negro, Cosme Damião e José Neto – e marcou-se AG na sede do Real Ginásio Clube Português para se decidir o seu futuro. A maioria inclinou-se para a dissolução, havendo quem alvitrasse que os haveres da Liga deveriam ser convertidos em dinheiro para ser entregue a uma instituição de beneficência. Pedro del Negro recusou, constituir-se fiel depositário do património, que arrolou e encerrou num cofre-forte da Casa Fonseca, Santos & Viana, empresa onde trabalhava. 80 mil réis para quê?
Com base nesses 80 mil réis em dinheiro, quatro taças de prata e um estojo («três das quais em poder do Sport Lisboa e Benfica e uma em poder do Liceu da Lapa»), um relógio de parede, 10 camisolas de flanela azul e branca (o equipamento da Liga), 35 toalhas, oito exemplares da Referees Chart e um exemplar do regulamento da Féreration Internationale - comissão formada por Félix Bermudes, Carlos Vilar e Luís Raul Nunes propôs que em lugar da LPF se fundasse a Associação de Futebol de Lisboa - a 23 de Setembro de 1910. E foi o que aconteceu.
Para 3 de Outubro, de novo no Real Ginásio Clube, marcou-se a assembleia de lançamento oficial da AFL. Estavam os trabalhos a ser abertos quando Ernesto Martins Cardoso entrou na sala e, esbaforido, lançou a notícia:
- Estalou a revolução republicana!
Por entre a precipitação do momento, derramou-se um frasco de tinta vermelha sobre a papelada da mesa e delegado desafecto da monarquia, que a acta não identificou, murmurou, premonitório: 
- Essa mancha vermelha é sinal de que a marcha será imparável!
E suspenderam-se os trabalhos.

Publicado por http://www.abola.pt/

Jornal "A Bola" e a 1.ª República

O versão on-line do jornal A Bola dedica uma rubrica de grande interesse ao desporto durante a Primeira República.



quarta-feira, 7 de julho de 2010

Distribuição da t-shirt do Centenário da República









Concurso "A T-Shirt" do Centenário da República"

Para além da ilustração vencedora do Concurso "A T-Shirt do Centenário da República no Agrupamento de Escolas de Mortágua", damos a conhecer mais alguns desenhos submetidos a concurso, de alunos do 2.º ciclo, que retratam, em forma de caricatura, o patrono da Escola - o republicano Dr. José Lopes de Oliveira.